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Este Blog objetiva publicar informações e comentários sobre Educação, Educação a Distância, Educação Ambiental, Meio Ambiente, Biologia e até mesmo superficialidades que possam interessar a espécie humana.

segunda-feira, 20 de maio de 2013


Educação
17/5/2013 - 11h03

Professores em busca de sentido


por Helena Singer*
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Foto: jefferyliu / Fotolia.com/ O Porvir
As coisas não andam bem para os professores. Só neste ano as manchetes relativas a esta categoria já ressaltaram a gigantesca proporção de adoecimentos entre os educadores, a falta de interessados na carreira, greves por melhores condições de trabalho e, nesta última semana, a violência sofrida por este profissional.
O tema da violência voltou agora devido a pesquisa “Violência nas Escolas: o Olhar dos Professores” lançada na última semana pela Apeoesp. O estudo entrevistou 1400 professores das escolas estaduais em 167 cidades de São Paulo. Os resultados, embora contundentes, não chegam a surpreender quem conhece o cotidiano escolar.
A maior parte dos professores (62%) leciona em escolas de periferia, que são consideradas mais violentas. Do total, 57% dos professores consideram que sua escola é violenta, mas entre os que lecionam na periferia, esta proporção sobre para 63%. O policiamento está menos presente no entorno das escolas periféricas e a escola da periferia tem mais ambientes degradados ou pichados. Embora não seja maioria, é bastante alta a proporção dos professores que lecionam em mais de um turno (41%) e, no geral, a média de alunos por sala de aula é de 38, bastante acima dos parâmetros recomendados.
Os professores associam violência, principalmente, com agressão verbal (62%), agressão física (43%) e falta de respeito (33%) e já vivenciaram situações deste tipo no seu cotidiano de trabalho: 72% presenciaram brigas de estudantes, 62% já foram xingados por estudantes, 35% foram ameaçados e a mesma proporção de professores teve algum bem pessoal danificado por estudantes. Os professores também confirmam que na maior parte das escolas aconteceram casos de vandalismo, furto e discriminação.
Não chega a ser maioria, mas boa parte dos professores já viram os estudantes sob efeitos de drogas (42%), bebida alcoólica (29%) e portando armas (18%). E quase um terço dos professores do estado de São Paulo já presenciou tráfico de drogas na escola.
Na opinião da quase totalidade dos professores (95%), os principais autores da violência nas escolas são os estudantes e também seriam estes as maiores vítimas para 83% dos professores. Já 44% dos professores veem a si próprios como as maiores vítimas.
A pesquisa mostra que a violência cresce consideravelmente à medida que crescem os estudantes, sendo que 24% dos professores homens e 29% das professoras do ensino fundamental 1 (com estudantes de até 10 anos de idade) sofreram algum tipo de violência, enquanto 65% dos professores e 45% das professoras do ensino médio relataram o mesmo tipo de ocorrência.
Apesar da percepção de violência ser generalizada nos ambientes escolares, quando perguntados sobre as causas da mesma, os professores a remetem para fora: 74% mencionam genericamente falta de educação, respeito e valores , 49% referem-se especificamente à falta de educação em casa, 47% mencionam a desestruturação familiar e na sequência vem drogas e pobreza. É somente a partir do sexto colocado que as questões internas à escola começam a aparecer e, ainda assim, remetendo às atitudes dos estudantes: desinteresse pelos estudos e conflitos entre os alunos.
Sendo estas as causas atribuídas à violência, as soluções apontadas pelos professores indicam uma perspectiva fragmentada e frágil: debates sobre violência, suporte pedagógico, investimento em cultura e lazer, policiamento ao redor da escola. Na visão de 67% dos professores, são agentes externos às escolas que podem resolver os seus problemas: em primeiro lugar os pais, seguidos do governo, da sociedade e da polícia. Dentre os 25% que mencionaram agentes da escola como os responsáveis pela solução do problema, a grande maioria citou a equipe gestora.
Em síntese, os professores da rede estadual de São Paulo consideram o ambiente em que vivem violento, já presenciaram e sofreram violência, responsabilizam os estudantes pela situação e atribuem a possibilidade de superação aos pais, à direção e ao governo. Ou seja, os professores se veem impotentes diante da situação. Não é à toa que adoecem.
O problema é que a forma escola, com seus corredores, sinais sonoros, carteiras, lousas, matérias, provas, notas, séries e livros didáticos, disseminou-se tão extensamente e há tantas décadas por nossas sociedades ocidentais, que não conseguimos mais questionar o seu modelo. No nosso imaginário coletivo sobre as escolas, estas seriam lugares de ensinar e aprender, onde pessoas vocacionadas para o trabalho com as novas gerações se dedicariam a transmitir-lhes o conhecimento acumulado da humanidade, algo que seria recebido com alegria e gratidão por crianças e jovens curiosos e interessados.
Se não é isso o que está acontecendo, então deve ter alguma coisa errada do lado de fora desta instituição tão perfeita atrapalhando – famílias desestruturadas, bairros violentos, epidemias de drogas, governos desonestos.
Que outra instituição que fosse considerada violenta por quase 60% de seus profissionais não teria sua forma questionada? Só há uma que continua existindo e sendo reforçada no imaginário coletivo apesar de seu contínuo fracasso – a prisão. E assim como acontece com o sistema penal, nada irá mudar enquanto o modelo institucional não for questionado, enquanto não enxergarmos a violência que é obrigar os jovens a ficarem sentados, enfileirados por várias horas por dia, ao longo de anos, ouvindo falar de assuntos sobre os quais não perguntaram e sendo continuamente avaliados e classificados a partir do que respondem em provas sobre conhecimentos fragmentados, descontextualizados e sem sentido.
A superação da situação de violência virá quando a escola conseguir se tornar um projeto coletivo, um projeto comum de estudantes, educadores e famílias interessados em produzir conhecimento, em se transformar mutuamente ao mesmo tempo em que transformam o lugar em que estão. Quando isso acontecer, os professores deixarão de estar isolados em suas salas de aula e se verão membros de uma equipe, com um projeto coletivo, em uma comunidade.
Nada mais contrário à doença e à violência do que os sentidos de projeto, coletividade, comunidade. Mas, para isso acontecer, toda a estrutura da rede de ensino – concursos, carreiras, gestão de recursos, avaliações – terá que se voltar para isso, para a constituição de equipes escolares vinculadas com as comunidades em que atuam, em instituições que têm autonomia para gerir seus projetos político pedagógicos a partir das necessidades e dos desejos daqueles que a compõem, em busca de um sentido comum.
Helena Singer é socióloga com pós-doutorado em Educação e diretora pedagógica da Associação Cidade Escola Aprendiz.
** Publicado originalmente no site Portal Aprendiz.
(Portal Aprendiz) 

sábado, 18 de maio de 2013


SEXO ANALÓGICO (poema de Bani Szeremeta)

A geometria do seu corpo
perde-se no incalculável desejo
comprovado pelo resultado
da aritmética dos meus beijos.

Meu amor é uma ameaça
no tempo que ultrapassa
os gestos relativos ao seu corpo nu e subproduto da criação
de pecados jamais perdoados pelo ego do óbvio e o eco da razão.

Seus seios são uma dádiva,
dois monumentos expostos pelo movimento
característico da progressão imposta em nosso amor,
dando-me o privilégio de ser o único espectador e expectador...

A sua alma reflete em seu corpo lânguido
e no seu rosto com marés de leve suor...
Ela tem cor de sol!
Explicando-nos momentos de calor.

Seu sorriso me engana
na hora mais primordial
Onde você diz que me ama
após o suspiro final.

sexta-feira, 17 de maio de 2013


Biólogos e engenheiros se unem para criar planta que brilha no escuro

por Redação CicloVivo
n46 300x214 Biólogos e engenheiros se unem para criar planta que brilha no escuro
O primeiro passo é identificar os genes de bactérias bioluminescentes e utilizar a sequência de DNA em outras plantas. Imagem: Reprodução
Um grupo de biólogos e engenheiros dos Estados Unidos está concentrado no desenvolvimento de uma planta que brilha no escuro através de biologia sintética. A novidade pode tornar-se um ponto de iluminação dentro de casa, o que reduziria o consumo de energia.
O Glowing Plant Project está disponível no site de financiamento coletivo Kickstarter. Há quase um mês para terminar a campanha de arrecadação, o projeto já conseguiu ultrapassar a meta estipulada de 65 mil dólares, chegando a mais de 300 mil até agora.
Isso mostra a credibilidade que o projeto alcançou. Muitas pessoas estão confiantes e na expectativa de que as plantas geneticamente modificadas possam ser comercializadas.
O primeiro passo é identificar os genes de bactérias bioluminescentes e utilizar a sequência de DNA em outras plantas, isso será feito através de um software. “Não temos a planta brilhante ainda. Nós desenhamos a sequência do DNA da planta nesse software e iremos imprimi-la em pequenas bactérias inteligentes chamadas ‘Agrobacterias’”, afirmou o gerente do projeto e mestre em Matemática, Antony Evans, a INFO Online.
No site do projeto, o grupo afirma que precisa de recursos financeiros exatamente para imprimir o DNA e completar o processo. O dinheiro arrecadado também poderá ser usado para a criação de rosas brilhantes.
Em troca, quem realizar doações a partir de 40 dólares receberá de 50 a cem sementes para cultivar uma planta brilhante em casa. A partir de 150 dólares, o apoiador ganha uma muda. Os cientistas adiantam que a entrega pode demorar de seis meses a um ano.
De acordo com Evans, ainda não se tem certeza da potência luminosa da planta, mas ele adianta que, provavelmente, não será tão intensa a ponto de iluminar uma sala inteira. Ainda assim, acredita que ela possa substituir luminárias decorativas. Para saber mais detalhes sobre o projeto e ajudar a financiá-lo, clique aqui.
* Com informações da Revista Galileu.
** Publicado originalmente no site CicloVivo.
(CicloVivo) 

quarta-feira, 15 de maio de 2013


4/5/2013 - 10h05

Projetos socioambientais ganham portal de financiamento coletivo


por Redação do Mercado Ético
n75 300x208 Projetos socioambientais ganham portal de financiamento coletivoComo bem afirma Ricardo Abramovay, professor titular da FEA e do IRI-USP, “aumentar a eficiência e reduzir a desigualdade no uso dos recursos: esses são os objetivos estratégicos de uma nova economia que tenha a ética no centro da tomada de decisões e que se apoie em um metabolismo social capaz de garantir a reprodução saudável das sociedades humanas”.
Foi baseado nessa premissa que Fernando Beltrame, consultor em sustentabilidade, idealizou um portal de financiamento coletivo focado exclusivamente em projetos socioambientais. Trata-se do Causa Coletiva (www.causacoletiva.com.br – endereço ainda não ativo), que será lançado hoje (14), às 19h, em um evento realizado no CEU (Centro de Educação Unificado) da favela Paraisópolis, na zona sul de São Paulo.
Beltrame diz que há uma grande oferta e, ao mesmo tempo, necessidade de se viabilizar projetos de cunho socioambientais no Brasil. Nesse sentido, o portal oferece um ambiente onde eles sejam divulgados e, ao mesmo tempo, possam captar recursos para viabilizar sua implementação. “Porém a relação entre o portal-projeto-financiador não será apenas transacional. O Causa Coletiva possibilitará a conexão entre esses atores, de modo que os projetos sejam fontes de inspiração para outros, que gerem conteúdo relevante de fácil acesso e entendimento, além de estimular uma participação ativa”, explica ele.
* Com informações do Causa Coletiva
** Publicado originalmente no site Mercado Ético.
(Mercado Ético) 

sábado, 11 de maio de 2013


Educação
10/5/2013 - 10h19

Documentário retrata autonomia na educação


por Vagner de Alencar, do Porvir
Experiências educativas nacionais estão buscando em elementos como autonomia, liberdade, afetividade, felicidade, artes, diversão e bons educadores o segredo para mudar o modelo tradicional de ensino no país. Com a proposta de ajudar professores, especialmente de escolas mais conservadoras, a pensarem em alternativas e novas maneiras de ensinar, três jovens decidiram pesquisar e registrar iniciativas educacionais que seguem essas ideias. O mapeamento deu origem ao documentário independente Quando Sinto Que Já Sei, que será lançado no segundo semestre deste ano. O filme conta com cerca de 50 entrevistas com crianças e jovens que estudam em escolas com modelos inovadores, e também com conversas entre pais, educadores, professores, diretores e especialistas de sete projetos educativos que estão apontando novos caminhos para a educação brasileira.
O documentário foi idealizado pelo estudante de engenharia Antonio Sagrado Lovato, 23, que, em 2012, ao lado de mais dois amigos, percorreu o Brasil captando diferentes experiências, como escolas democráticas, de educação integral, entre outras. Muitas delas, inclusive, já passaram aqui pelo Porvir, como o Projeto Âncora, em Cotia, as escolas Amorim Lima e Politeia, em São Paulo, e o Projeto Gente, no Rio de Janeiro. Além de especialistas entrevistados, como o educador e folclorista Tião Rocha, Rafael Parente, subsecretário de novas tecnologias educacionais da Secretaria Municipal de Educação do Rio de Janeiro, e Helena Singer, diretora da Associação Cidade Escola Aprendiz, instituição pioneira no desenvolvimento da educação integral.
educacao Documentário retrata autonomia na educação
Foto: udra11 / Fotolia

“Nossa intenção é promover e aquecer o debate em torno do atual momento da educação no Brasil, buscar e apresentar modelos, que se baseiam na participação e autonomia, para mostrar que existem experiências acontecendo, que podem ser replicadas”, afirma Lovato. Agora, com todas as entrevistas realizadas, seu próximo passo é arrecadar, até o dia 20 de maio, R$ 44 mil necessários para a pós-produção do filme. Para conseguir o recurso, o jovem iniciou uma campanha na plataforma de financiamento coletivo no Catarse. O valor inclui gastos com locação e aquisição de equipamentos, viagens da equipe para gravações, distribuição independente e a finalização do filme.
Como parte do pré-lançamento do documentário, Lovato também pretende realizar uma série de encontros, por meio de saraus e seções de filmes em escolas públicas, onde exibirá o Imagine a School… Summerhill (Imagine uma escola… em tradução livre). O documentário inglês, que leva o nome da escola criada nos Inglaterra há mais de 90 anos, retrata a instituição mais antiga do mundo a adotar o modelo de educação democrática. A proposta dos encontros é falar sobre experiências como essas ao redor do mundo e, especialmente, no Brasil.
Nos últimos cinco anos, Lovato vem se dedicando à pesquisa de modelos não-convencionais pelo mundo. Em 2011, depois que ganhar de uma bolsa de intercâmbio na Europa por conta de um trabalho ligado à gestão cultural, um de seus primeiros destinos foi a Escola da Ponte, em Portugal. Lá, viu de perto o trabalho da instituição que é referência mundial na educação democrática. “Fiquei encantando com tudo aquilo”, diz.
No entanto, antes disso, foi buscar inspirações também em terras brasileiras. Viajou para a cidade de Sacramento, em Minas Gerais, onde afirma ter sido instalada a primeira experiência educacional alternativa do país. A escola, datada de 1907, foi criada pelo educador e político Eurípedes Barsanulfo (1880-1918), figura desconhecida pela maioria das pessoas. “Pouca gente o conheceu, na verdade. O colégio foi muito inovador para a época. Não havia seriação e tinha até aulas de astronomia”, diz Lovato. “O [José] Pacheco disse que se tivesse sido europeu seria uma das principais referências no mundo”, afirma.
* Publicado originalmente no site O Porvir. 
(O Porvir) 

09/5/2013 - 10h12

Saiba como se engajar no dia “De Bike ao Trabalho”


por Redação CicloVivo
n44 300x186 Saiba como se engajar no dia De Bike ao Trabalho
A ação é uma boa oportunidade para promover a socialização entre as pessoas que usam ou pretendem adotar a bicicleta como meio de transporte para chegar ao trabalho. Foto: Reprodução/Facebook
Nesta sexta-feira (10), várias cidades brasileiras vão receber o dia “De Bike ao Trabalho”, iniciativa que promove a bicicleta como opção de transporte até as empresas. A campanha é realizada pelo Bike Anjo, organização de ciclistas que incentiva o modal sustentável nas grandes cidades.
A ação é uma boa oportunidade para promover a socialização entre as pessoas que usam ou pretendem adotar a bicicleta como meio de transporte para chegar ao local de trabalho. A campanha, que teve origem nos EUA nos anos 1950, integra pessoas, empresas e até mesmo cobra melhorias aos representantes políticos.
De acordo com os organizadores do dia De Bike ao Trabalho, as ações não deverão ser tomadas isoladamente. Seja na adesão pessoal, seja nas corporações ou, ainda, nas medidas adotadas pelos governantes, a meta é aumentar o número de viagens de bicicleta até o trabalho.
Apresente a iniciativa à sua empresa
Faça a sua empresa vestir a camisa do dia De Bike ao Trabalho. Apresente as propostas dos Bike Anjos para o seu chefe, lembrando que, em primeiro lugar, é preciso orientar a todos os funcionários sobre o uso das bicicletas.
Segundo os organizadores, os locais de trabalho que abraçarem a causa das bikes devem distribuir uma cartilha de dicas, realizar um seminário sobre trânsito no espaço urbano e promover um ponto de encontro para garantir a segurança das pessoas que forem trabalhar de bicicleta.
O evento pode gerar um importante legado para as empresas: a partir da experiência, poderão ser construídos estacionamentos permanentes para ciclistas e paraciclos nos locais de trabalho que participarem da iniciativa.
Faça Você Mesmo
Caso a sua empresa não faça parte oficialmente do dia De Bike ao Trabalho, reúna-se com os colegas e monte uma programação especial para a sexta-feira. Divulgue as informações da campanha, verifique as condições das bikes antes de sair de casa e organize grupos de pedal para que as pessoas façam o trajeto juntas, aumentando a segurança dos participantes. Além disso, vale combinar uma bicicletada ao final do expediente para levar às localidades mais próximas ao local em que moram os funcionários.
Espalhe a ação na cidade onde você vive
Para melhorar a qualidade do transporte sustentável nos centros urbanos, a população deve cobrar medidas mais efetivas dos governantes. Os organizadores da campanha produziram modelos de cartas de incentivo para convencer os representantes políticos, a fim de estabelecer o dia De Bike ao Trabalho no local em que você vive.
Com um grande número de pessoas envolvidas, é possível pedir o fechamento das vias públicas para a circulação das bikes, ou, ainda, sugerir a criação de um programa de educação no trânsito para motoristas e ciclistas.
* Publicado originalmente no site CicloVivo.
(CicloVivo) 

06/5/2013 - 11h08

Altos impostos e falta de incentivo do governo limitam veículos elétricos no Brasil


por Redação CicloVivo
n7 300x168 Altos impostos e falta de incentivo do governo limitam veículos elétricos no Brasil
O grande empecilho para que os carros elétricos sejam mais comuns nas ruas brasileiras é o alto preço. Foto: Chevrolet
Existem apenas 200 automóveis elétricos circulando pelas ruas brasileiras. De acordo com a Associação Brasileira de Veículos Elétricos (ABVE), a frota permanece baixa em consequência da falta de apoio e incentivo governamental. Os carros desse tipo são comercializados com altos impostos, o que inviabiliza a sua popularização.
Apesar de serem bastante comuns no exterior, os veículos elétricos ainda não deslancharam no Brasil. A indústria nacional não fabrica aqui esses modelos e, quando eles chegam ao mercado, o IPI (Imposto sobre Produto Industrializado) chega a 25%. Para se ter noção de quão abusivos são essas taxas, o presidente da ABVE, Pietro Erber, explica que um modelo automotivo de luxo e de grande potência é comercializado no Brasil com IPI de 15%.
Para Erber, o grande empecilho para que os carros elétricos sejam mais comuns nas ruas brasileiras é o alto preço. Os modelos que seguem este padrão são vendidos, em média, a R$ 120 mil ou até R$ 130 mil. “A primeira coisa a ser feita é reduzir os impostos. Eu não vejo que no Brasil o governo dê grandes incentivos”, falou o presidente da ABVE, em declaração à Deutsche Welle. Existem apenas sete estados brasileiros que isentam os veículos elétricos do Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA): Ceará, Maranhão, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul e Sergipe.
Outro fator decisivo para que a frota elétrica brasileira aumente é a estruturação das cidades para receber este tipo de veículos. No Brasil existe apenas um eletroposto de recarga rápida, que está localizado dentro da Universidade de São Paulo (USP).
Os veículos elétricos, que incluem outros modelos além dos carros, podem ser considerados importantes aliados na luta pela redução das emissões de gases de efeito estufa. Pesquisadores da Universidade do Rio de Janeiro garantem que os combustíveis fósseis são responsáveis pela emissão de 80% dos poluentes emitidos na atmosfera.
* Com informações da Deutsche Welle.
** Publicado originalmente no site CicloVivo.
(CicloVivo) 

A SAUDADE (mensagem de Bani Szeremeta)

A saudade é um crime da língua portuguesa, mas é um sentimento comum ao mundo.
           É uma guerra de conflitos com si mesmo, com as lembranças de bons momentos, a lembrança de pessoas amadas ou de um bom livro que foi perdido antes de ser lido totalmente.
          É um sentimento, porque não nos deixa cair no esquecimento. A saudade não tem remédio, mas sim, um tratamento: o de continuar vivendo...
       As guerras continuam, mas seus pequenos intervalos nos dão a oportunidade de reviver bons momentos, reencontros, e encontrar o livro perdido. E com a sensatez de um espírito renovado, não continuarmos a leitura na página em que paramos quando o perdemos, e sim, lermos do seu início até o fim. Porque ao contrário, não seria SAUDADE.

Bani, 2001.

Menina na Cruz (Poema de Bani Szeremeta)


- Dou porrada,
Vejo sangue na poça d’água.
E o medo de morrer
de bala perdida,
continua nas esquinas
de meninas prostituídas:

E a menina acena,
e o carro para
E a menina entra,
e o cara nem olha na cara.
Só pergunta o preço
que não é tão caro
por falta de apreço.
O jogo é rápido,
A menina pula fora,
E nem vê a hora
De chegar onde mora.
A menina também ama,
também sonha, também chora...
A menina tem um filho para sustentar
e um marido bruto para aturar.
Procura pela luz igual mariposa carente
trabalha e não tem carteira assinada
Muito menos plano de saúde
para quando ficar doente.
A menina perdeu a estima,
porque nasceu filha de pai errado
O maldito só bebia, e faz vinte anos
que ninguém mais viu o danado.
A mãe morreu no parto com grito de socorro,
não tinha dinheiro para chegar no pronto-socorro
e conheceu as trevas e deu a luz no morro.
A menina também dança,
com um rebolado triste
Mesmo assim todos a olham
como sua alma não existisse.

Almas negras a sua volta - briga no bar da esquina:
um tiro acerta a menina.

Vejo sangue na poça!
(Os Anjos se Afogam...)
E os mendigos que dormem na praça
nem acordam.  

Bani, 2002

ELO e ELA (Poema de Bani Szeremeta)

Enquanto você me fazer sorrir e chorar,
vou te amar.
Só chorar não basta!
Só sorrir não basta!
Preciso deste elo.
É ele que me faz não saber o que quero
quando estou perto de você.
Esta é a graça do amor:
sempre estar perdido por alguém.
O amor é assim!
É simples, é singelo e encanta
como uma música brega
que canta para ela
escondida no beco do coração. 

Bani, 2013

sábado, 4 de maio de 2013

FELICIDADE E MOBILIDADE: HIPOCRISIA DE 4 RODAS

Não entendo porque reduzem o IPI dos automóveis e não o das bicicletas. Depois ainda falam de sustentabilidade e saúde. É muita hipocrisia para um país só. Amanhã vou comprar um carro novo, porque é mais barato e seguro! Embora eu gaste combustível, ajude a poluir e demore até mais tempo para chegar ao trabalho. Pelo menos não ficarei suado e nem vou correr o risco de ser atropelado. Muito menos serei considerado um pobre coitado que morreu na contra mão atrapalhando o tráfego. Porém, o meu e o seu nariz e o trânsito ficarão cada vez mais congestionados. Então, quando perdermos inteiramente a capacidade de mobilidade na cidade, será muito tarde para nascermos de novo e percebermos o que é realmente felicidade.

Opinião de Bani Szeremeta.

PROLIXIDADE HUMANA

O ser humano prolixo agrada por não se fazer entender!

Bani Szeremeta

Educação
03/5/2013 - 10h55

Muito além dos tablets: digitalização da educação implica mudança de cultura


por Raiana Ribeiro, do Portal Aprendiz
digitalizacao Muito além dos tablets: digitalização da educação implica mudança de cultura
Digitalização da educação implica mudança de cultura. Foto: Fotolia

Introduzir a tecnologia em sala de aula já não é tarefa fácil. Além do investimento financeiro que a medida impõe, as instituições de ensino acabam tendo que destinar tempo e recursos na formação de educadores e adaptação de conteúdos. E como se não bastasse, em pouco tempo de implementação, especialistas na área já chegaram a um consenso: não basta apenas ter um tablet à mão, é preciso que a escola absorva os princípios da cultura digital.
“Digitalização não tem a ver apenas com introdução de tablets e projetores em sala de aula. Tem a ver com uma mudança de cultura”, analisa Ana Barroso, especialista em comportamento digital, sócia da Sodet – empresa que desenvolve ferramentas de colaboração e compartilhamento de informações.
Segundo ela, os educadores precisam ter acesso à ferramentas que os possibilitem compartilhar e distribuir o conhecimento que já possuem. “É muito comum ver professores em pânico diante de tantos estímulos. Muitas vezes eles terminam isolados tentando lidar com redes sociais e outras plataformas.”
Para evitar esse tipo de situação, uma das saídas propostas por Ana é a formação de redes. Ela acredita que essa pode ser uma forma de romper com o medo da tecnologia e permitir a troca de experiências exitosas entre docentes. Como resultado imediato, eles teriam disponível um grande leque de vivências em sala de aula.
Educação do Futuro
Alguns países, como Estados Unidos e Finlândia, vêm testando formatos educacionais nos quais a incorporação da cultura digital – com ênfase para os aspectos de co-criação, colaboração e compartilhamento – acabaram forjando novos paradigmas de aprendizagem.
Durante o “Congresso Visão XXUNO: O desafio de construir a escola”, que o Portal Aprendiz acompanha em Orlando, Estados Unidos, o diretor geral da Santillana Digital, Miguel Barrero, apresentou os alicerces da educação do futuro.
Flip Education
Salman Muito além dos tablets: digitalização da educação implica mudança de cultura
Um dos maiores exemplos de Flip Education é a Khan Academy. Elaborada por Salman Khan, trata-se de uma plataforma de mais de 3.800 vídeos educacionais vistos por milhões de pessoas, incluindo os filhos de Bill Gates.
Baseada em pesquisa e investigação, a chamada Educação Invertida pressupõe que a escola é um lugar de interação e, sobretudo, um espaço para sanar dúvidas. Por meio de videoaulas, os alunos recebem os conteúdos a serem estudados em casa e vão às aulas para construir significados sobre o que aprenderam. Nesse modelo, o estudante é protagonista do processo educativo e cabe ao professor estabelecer dinâmicas e caminhos, a fim de orientá-lo. O mobiliário tradicional de uma sala de aula não dá conta dessa proposta, por isso, a tendência é que os espaços educativos sejam todos circulares. Na Finlândia, esse cenário já é uma realidade.
Anytime Anywhere Education
Educação Expandida é aquela que ocorre a qualquer tempo, em qualquer lugar. Na prática, isso implica numa aprendizagem para alem do horário escolar e dos muros da escola.
Open Education
Nos próximos anos, a demanda por uma educação gratuita e de acesso a todos será cada vez maior. Com o aparecimento de plataformas que podem ser utilizadas no processo pedagógico, como Instagram e Pinterest, somadas àquelas desenvolvidas por empresas e universidades com essa finalidade, o mundo está prestes a ser um grande território educativo.
Adaptive Education
Implementada em Nova York em larga escala, por meio do programa iZone, a denominada educação personalizada tem no aluno a chave para o aprendizado. Em vez de convencê-lo de que determinado assunto deve ser estudado, a personalização do ensino parte dos seus interesses e de suas potencialidades para estabelecer o processo educativo.
P2P Education
Estudos indicam que a confiabilidade entre iguais é muito maior do que quando há uma hierarquia estabelecida. A educação entre iguais eleva o protagonismo do aluno ao regime de colaboração e compartilhamento. Ou seja, esse modelo propõe que alunos compartilhem entre si a produção de conhecimento.
BYOD Education
Bring Your Own Device (Traga seu próprio dispositivo) é o mote de uma educação plenamente digitalizada. Não importa se tablet ou smart phone, o fato é que esses gadgets serão cada vez mais falados quando o assunto for educação.
Será o fim da escola?
Diante dessa nova realidade, é impossível não se perguntar se veremos o fechamento massivo de escolas pelo mundo. Axel Rivas, docente argentino especializado em política educacional, acredita que as escolas não desaparecerão porque serão capazes de se repensar.
Rivas falou durante o congresso sobre a necessidade da escola se reinventar, desconstruir alguns dogmas que acompanharam sua trajetória como instituição e ser capaz de desempenhar um papel relevante no contexto das novas tecnologias.
“A ameaça do fim das escolas existe e nunca antes foi tão difícil ser docente. Ao mesmo tempo, pela primeira vez, temos muito mais liberdade para ensinar e aprender”, reflete o professor.
* A repórter Raiana Ribeiro viajou aos Estados Unidos a convite do Sistema Uno Internacional (UNOi).
** Publicado originalmente no site Portal Aprendiz.
(Portal Aprendiz) 

sábado, 27 de abril de 2013


Educação
26/4/2013 - 09h48

Professor do futuro será um designer de currículo


por Vagner Alencar, do Porvir
Professor Designer de Curriculo 300x137 Professor do futuro será um designer de currículo
Foto: Tim / Fotolia
O termo é desconhecido no Brasil, mas é bom você já ir se familiarizando com ele. O professor tradicional – esse com o qual estudamos anos e que conhecemos hoje – vem gradativamente se transformando no que em algumas escolas por aqui, mas mais intensamente nos Estados Unidos, chamam de designer de currículo. A principal função desse “novo” profissional está a de desenvolver currículos e projetos interdisciplinares, integrando às novas tecnologias. “O professor designer de currículo é a expressão maior e mais completa do mestre contemporâneo. Vai além de ministrar o conteúdo estrito senso, mas é também responsável por preparar o educando para o hábito de aprender a aprender, desenvolvendo habilidades de aprendizagem que são consideradas imprescindíveis aos profissionais e cidadãos em um mundo centrado na inovação”, afirma Ronaldo Mota, ex-secretário Nacional de Desenvolvimento Tecnológico e Inovação do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação e atualmente professor visitante do Instituto de Educação da Universidade de Londres.
Esses profissionais tanto podem se dedicar exclusivamente ao design de currículo quanto podem ser professores que intercalam essa função com sua prática de sala de aula. De acordo com Mota, eles poderão, por exemplo, criar portais interativos para abrigar suas videoaulas e outros recursos multimídia ou ainda estimular os estudantes para que criem seus próprios blogs. Os portais poderão servir como ambientes – além da sala de aula – para relação permanente entre o educador e os educandos, bem como os educandos entre si.
Mota, que também foi Secretário Nacional de Educação Superior, aponta como outra nova demanda desses designers de currículo a criação de Moocs (Massive Open On-line Course, cursos on-line gratuitos e em grande escala) . “Isso vai ser uma enorme revolução, uma vez que o professor tradicional gradativamente se transformará no designer educacional, que vai precisar dominar a tecnologia para produzir essas aulas”, afirma.
Mas nem tudo é tecnologia. Em escolas onde o modelo vigente inclui aprendizado baseado por projeto, por exemplo, esse profissional cria aulas que envolvem ações transdisciplinares. Na norte-americana High Tech High, que desenvolve esse modelo de ensino, os docentes se reúnem diariamente para discutir como um determinado conteúdo pode se tornar um projeto que envolva a sua disciplina e as dos demais docentes. Um dos pilares da instituição é exatamente ter o professor como um designer, função que empodera o educador e lhe dá a responsabilidade de ser o guia de sua classe.
Na instituição, as aulas são estruturadas em blocos mais longos – ao contrário dos tradicionais tempos de 50 minutos – com o intuito de integrar o currículo, unificando as matérias e facilitando o aprendizado dos estudantes. Física e matemática são ensinadas juntas, assim como história, filosofia e língua inglesa são aglomeradas em única disciplina: humanidades. “Acreditamos na integração do currículo. Em vez de ir a uma aula de história e uma de inglês, o aluno tem um professor de humanidades. A escola tem um time de professores trabalhando para criar projetos juntos. Existe um aluno que aprende colaborativamente, com tutores virtuais, sozinhos, com material impresso ou não. Nós damos a ele a oportunidade de estudar em cada uma dessas modalidades, de acordo com o que cada um precisa”, afirmou Melissa Agudelo durante o Transformar 2013.
Assim como na High Tech High, a rede Summit Public Schools – grupo de escolas californianas que está ajudando jovens de famílias pobres a ingressar na universidade – usa momentos sistemáticos de encontros entre docentes para fazer o design de seu currículo. Nas escolas, os professores desenvolvem projetos de aprendizado interdisciplinares, que normalmente associam as disciplinas curriculares ao cotidiano dos estudantes, para que façam sentido ao que estão aprendendo, com o objetivo de fazê-los pensar criticamente, além de desenvolver suas habilidades cognitivas.
A rede também está construindo sua própria plataforma de aprendizado on-line e são os professores os responsáveis por inserir conteúdos nesse ambiente virtual. A partir do próximo semestre, as escolas Summit vão adotar o modelo de blended learning – conhecido também como ensino híbrido – o que irá ajudar os designers de currículo a trabalharem mais integradamente, já que precisarão se elaborar juntos os conteúdos baseados tanto em ferramentas on-line quanto em momentos presenciais.
Esses encontros também acontecem, semanalmente, na Quest to Learn – escola pública de NY onde os conteúdos são todos trabalhados por meio de games. Em vez de reuniões entre professores e professores, outros profissionais – como coordenadores pedagógicos e designers de games também – se juntam para a criação do currículo escolar, que é integrado e repensado para levar experiências que estejam associadas ao mundo real.
Para Brian Waniewski, diretor de gestão do Institute of Play que aplica a metodologia na escola, esses professores são os responsáveis por redesenhar a experiência do aprendizado. “O futuro da aprendizagem é o nosso futuro. O verdadeiro desafio de quem está desenhando um processo de aprendizado é preparar os alunos para um mundo que não podemos ainda imaginar como vai ser”, afirmou Waniewski em entrevista ao Porvir.
Segundo o professor brasileiro Mota, os designers de currículo surgirão naturalmente, aprendendo de forma involuntária, na prática. “Ainda é uma incógnita saber se as universidades estarão preparadas para formá-los. Desburocratizar o currículo nacional seria fundamental para que esses profissionais conseguissem remodelar seus planos de aula, além de criar programas e disciplinas mais dinâmicas, tornando-os também mais empoderados”, afirma.
* Publicado originalmente no site O Porvir.
(O Porvir) 

sábado, 6 de abril de 2013

MORFINA SOCIAL

A verdade dói e, muitas vezes, para não doer é ignorada.
Enquanto isso a mentira age como morfina para a sociedade conturbada.


Bani Szeremeta

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

Ambiente
04/2/2013 - 11h39

Educação Ambiental é imprescindível

por David Suzuki*
Faça este teste com qualquer menor de 18 anos. Dê a eles exatamente um minuto para listar suas marcas favoritas numa folha de papel e desenhar os respectivos logotipos. Posteriormente solicite a eles listar diferentes tipos de árvores e desenhar as folhas de cada uma delas. Provavelmente, você poderá adivinhar qual listagem será mais comprida.
Sabemos que os nossos filhos herdarão a Terra, porém a maioria de jovens está totalmente desconectada do mundo natural. As crianças citadinas frequentemente não sabem de onde provém a eletricidade, a água ou os alimentos. Não têm nem ideia sobre o que acontece depois que os vasos sanitários são descarregados ou o lixo é descartado. Muitas crianças não sabem que as árvores ajudam a limpar nosso ar, ou que o Sol proporciona a energia que cultiva a nossa comida.
Quando estamos tão radicalmente separados dos recursos e dos sistemas naturais que nos fazem viver, é muito simples pensar que a nossa própria indústria e tecnologia nos proporciona tudo o que necessitamos. Mas, olhe ao seu redor. Tudo o que necessitamos para a sobrevivência – desde a água que bebemos até o silício dos nossos computadores, operados por microchips, vêm da terra.
Como sociedade, estamos falhando com os nossos filhos quando permitimos que eles cresçam sabendo tão pouco sobre o mundo natural que provê o que necessitamos para viver. Ao invés, indiretamente, estamos ensinando a serem consumidores acreditando que podem comprar todos os seus desejos e necessidades nos shoppings centers. Estudos da indústria de mercado realizados nos EUA demonstram que a fidelidade de uma pessoa à marca pode começar cedo, aos dois anos de idade. E de acordo com a rede de televisão jovem do Canadá, YTV, o nosso país (Canadá) tem aproximadamente 2,5 milhões de pré-adolescentes – crianças entre 8 e 14 anos – que gastam anualmente US$1.7 bilhão de dólares de seu próprio dinheiro. Através de um talento único que os vendedores denominam “poder de persuasão”, eles também influem em US$ 20 bilhões de dólares em compras domésticas de custo elevado, tais como os carros familiares, que têm um tremendo impacto na natureza. As despesas dos pré-adolescentes não passam despercebidas.
Os quiosques de revistas estão cheios de versões infantis de revistas para adultos, tais como Teen People, Teen Vogue, CosmoGirl, e Fashion 18, que anunciam os mais recentes filmes, moda, e CDs. Canais de televisão e sítios web especialmente desenhados para essas crianças entretêm e fomentam a ética do consumismo. Criar um exército de jovens consumidores terá um tremendo impacto no mundo natural. O melhor dos videogames não evitará que as crianças bebam água contaminada, e a roupa de moda não lhes impedirá desenvolver doenças como a asma. Então, o que podemos fazer? Mudanças nos planos curriculares tornaram mais difícil o ensino da conservação do meio ambiente, sobretudo porque esta não é a informação contida na maioria dos currículos estabelecidos.
Os orçamentos para a educação, hoje da grossura de uma corda de piano, criaram oportunidades para as empresas produzirem materiais sofisticados que promovem seus produtos nas escolas. Em todas as direções que os nossos filhos olhem, estão recebendo a mesma mensagem: compre, compre, compre.
Em lugar de ensinar aos nossos filhos a consumir, é tempo de ensinar a conservar e reaproveitar. Não somente pelo bem da Terra, mas por eles mesmos. Nosso excesso de consumo está afetando a saúde de nossos filhos. Por exemplo, a asma provocada pela poluição do ar gerada pelos carros, e a obesidade resultante de alimento inadequado e dos estilos de vida sedentários, se aproximam aos níveis de epidemia entre as crianças. Segundo o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente, duas terças partes de todas as doenças preveníveis ocasionadas pelas condições ambientais afetam as crianças, principalmente.
Se os nossos filhos mudarão o mundo, eles necessitam aprender como. É preciso começar por dar um bom exemplo. As crianças têm uma curiosidade inerente sobre o mundo. Vejam juntos, pais e filhos, programas de ciência e natureza; falem sobre suas lembranças favoritas ao ar livre; diga a eles como era seu bairro quando você estava crescendo. Leve-os a explorar o exterior para que possam experimentar a magia do mundo natural por eles mesmos. Aprenda sobre o meio ambiente e compartilhe com eles o que aprendeu.
Muito mais importante é mostrar a eles que não é necessário entrar na ética do consumismo com a finalidade de ser “cool”. Apesar da gigantesca pressão dos meios de comunicação, podemos ajudar aos jovens a se dar conta de que eles são muito mais do que as marcas que compram. Façam que suas escolas organizem uma feira de produtos realizados pelos estudantes. Ensine a eles as habilidades que necessitam para criar, por exemplo, como tocar um instrumento ou utilizar uma máquina de costura. Mostre a eles que experiências como acampar e explorar novos lugares podem ser mais interessantes e valiosas que os objetos comprados nas lojas.
Ao trabalhar com os jovens, temos enorme influência em suas vidas. Não conheço uma única pessoa cuja vida não tivesse melhorado de alguma forma por um professor. Frequentemente, encontro adultos que tiveram que mudar seus hábitos porque seus filhos estão aprendendo sobre os resíduos sólidos, o esgoto e o lixo. É por isso que aplaudo professores e líderes de grupos comunitários que educam crianças e jovens com respeito à natureza Ao mostrar a fragilidade e a maravilha do mundo natural e ensinar as formas de conservá-lo, estão inculcando valores para toda a vida que ajudarão a ser melhores cidadãos.
Nas próximas décadas, os jovens de hoje influenciarão a Terra de forma que nem sequer podemos imaginar. Somos responsáveis por legar a eles a oportunidade de fazer do mundo um lugar melhor.
* David Suzuki é cientista e ecologista.
** Publicado originalmente no site Eco21.
(Eco21)