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sábado, 11 de maio de 2013

Menina na Cruz (Poema de Bani Szeremeta)


- Dou porrada,
Vejo sangue na poça d’água.
E o medo de morrer
de bala perdida,
continua nas esquinas
de meninas prostituídas:

E a menina acena,
e o carro para
E a menina entra,
e o cara nem olha na cara.
Só pergunta o preço
que não é tão caro
por falta de apreço.
O jogo é rápido,
A menina pula fora,
E nem vê a hora
De chegar onde mora.
A menina também ama,
também sonha, também chora...
A menina tem um filho para sustentar
e um marido bruto para aturar.
Procura pela luz igual mariposa carente
trabalha e não tem carteira assinada
Muito menos plano de saúde
para quando ficar doente.
A menina perdeu a estima,
porque nasceu filha de pai errado
O maldito só bebia, e faz vinte anos
que ninguém mais viu o danado.
A mãe morreu no parto com grito de socorro,
não tinha dinheiro para chegar no pronto-socorro
e conheceu as trevas e deu a luz no morro.
A menina também dança,
com um rebolado triste
Mesmo assim todos a olham
como sua alma não existisse.

Almas negras a sua volta - briga no bar da esquina:
um tiro acerta a menina.

Vejo sangue na poça!
(Os Anjos se Afogam...)
E os mendigos que dormem na praça
nem acordam.  

Bani, 2002

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