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Dou porrada,
Vejo
sangue na poça d’água.
E o
medo de morrer
de
bala perdida,
continua
nas esquinas
de
meninas prostituídas:
E a
menina acena,
e o
carro para
E a
menina entra,
e o
cara nem olha na cara.
Só
pergunta o preço
que
não é tão caro
por
falta de apreço.
O
jogo é rápido,
A
menina pula fora,
E
nem vê a hora
De
chegar onde mora.
A
menina também ama,
também
sonha, também chora...
A
menina tem um filho para sustentar
e
um marido bruto para aturar.
Procura
pela luz igual mariposa carente
trabalha
e não tem carteira assinada
Muito
menos plano de saúde
para
quando ficar doente.
A
menina perdeu a estima,
porque
nasceu filha de pai errado
O
maldito só bebia, e faz vinte anos
que
ninguém mais viu o danado.
A
mãe morreu no parto com grito de socorro,
não
tinha dinheiro para chegar no pronto-socorro
e
conheceu as trevas e deu a luz no morro.
A
menina também dança,
com
um rebolado triste
Mesmo
assim todos a olham
como
sua alma não existisse.
Almas
negras a sua volta - briga no bar da esquina:
um
tiro acerta a menina.
Vejo
sangue na poça!
(Os
Anjos se Afogam...)
E os
mendigos que dormem na praça
nem
acordam.
Bani, 2002
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