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quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

            A nova relação do saber.  Resenha de Bani Szeremeta

O ciberespaço pode ser entendido como um meio que disponibiliza o acesso a interação de informações e/ou comunicações através de uma “tecnologia mutante” (internet e outras mídias). Já que este espaço tem potenciais características para possibilitar o dinâmico surgimento e/ou renovação de saberes. Neste contexto, é necessário analisar uma nova relação do saber, onde a cibercultura não deve ser simplesmente considerada e reverenciada, mas também constantemente avaliada para se entender melhor e se trabalhar efetivamente com esse atual processo de “construção” do conhecimento.
Deste modo, as reflexões de Lévy (1999), quanto a “nova relação do saber”, remetem a lembrança, quase que instantânea, dos bons e atuais exemplos de sites de bibliotecas digitais, de universidades renomadas, que estão disponíveis para acessos de seus acervos, otimizando o processo de pesquisas de base científica e técnica. Igualmente eficientes, encontramos ainda na web interessantes páginas de “bases de dados”, como por exemplo, a Scielo, que permite a busca por diferentes periódicos. Não se esquecendo de mencionar os sites próprios de revistas de base acadêmica e cientifica. Exemplificam-se estas fontes de pesquisa proporcionadas pela web, pelo fato que refletem bem a eficiência do ciberespaço nas “novas relações do saber”, já que há 10 anos - época em que Lévy (1999) escreveu os textos sobre cibercultura -, muitas destas tecnologias ainda estavam “nascendo” ou “engatinhando”, e atualmente são muito usadas pela comunidade acadêmica. Mas, muitos indivíduos ainda se atrapalham ou não sabem acessar de forma eficiente estes recursos, ou nem ao menos os conhecem.
Deste modo, como o autor mesmo ressalta, se encontramos num “dilúvio” de informações e tecnologias, e por isso se faz necessário ter cautela e/ou conhecimento de como proceder nas diferentes formas de utilização destes recursos. Ou seja, temos que ter um “barco” com uma boa estrutura, e aprendermos acima de tudo a navegá-lo, para não “morrermos afogados” em meio de tantas novidades tecnológicas e informações. Até porque, também encontramos muitos documentos no ciberpaço equivocados ou com informações erradas.  Então, concorda-se plenamente com o autor (Lévy, 1999), quando este descreve que a emergência do ciberpaco não significa que tudo enfim pode ser acessado, é preciso compreender e saber o que salvar deste “dilúvio”. Por isso, através do exemplo dos cursos à distância online, o papel da tutoria é fundamental na orientação dos seus alunos, pelo fato destes muitas vezes ainda estarem desenvolvendo a habilidade para usarem e consultarem sites e outras mídias realmente fidedignos.
Outro problema que assombra a cibercultura, e em contrapartida demonstra, em parte, bem a fragilidade das mutações da educação e economia do saber, são as diversas atitudes antiéticas que encontramos principalmente na utilização da internet. Dentre esta infinidade de posturas, é cabível explanar aqui a “cultura” do “copia e cola”, que é em outras palavras a reprodução integral, rápida e indiscriminada de textos e imagens de outros autores sem ao menos citá-los. Assim, pela falta de orientação, conhecimento e/ou ética o indivíduo pode banalizar o conhecimento e “otimizar” o desconhecimento nessa “nova relação com o saber”. Por isso a urgente necessidade de colocar em pauta a discussão da ‘ética’ nos diferentes métodos de ensino, relacionando-a com as questões da cibercultura. Ao contrário, teremos que ver conformados a expansão de cursos com o perfil de empresas que tem como prioridade ganhar dinheiro e cursistas com apenas interesse em obter diplomas.   Descaracterizando, assim, a economia e as novas relações com o saber e tornando a mutação dos processos educativos, como por exemplo, a educação à distância, indiferentes na construção e evolução dos conhecimentos.
Portanto, pode-se concluir que se deve prezar pela estruturação e manutenção de uma cibercultura acima de tudo muito “crítica”, para uma eficiente relação com o verdadeiro saber.

REFERÊNCIAS

Lévy, P. A Nova Relação com o Saber.(1999). In: ____ Cibercultura. São Paulo: Ed. 34, p. 157-167.

______. As Mutações da Educação e a Economia do Saber. (1999). In: ____ Cibercultura. São Paulo: Ed. 34,  p. 169-176.

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